Em dia com a audição:
Zelar pela saúde auditiva é uma atitude que deve ser tomada ao longo da vida. Mas muitas pessoas se esquecem de um dos cinco sentidos que nos colocam em contato com o mundo. “A maioria relaciona problemas de audição com causas genéticas; porém doenças comuns também podem levar crianças, adultos e idosos à surdez”, afirma Pedro Mangabeira, otorrinolaringologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
Em dia com a audiçãoE ficar alerta aos sinais dessa doença é fundamental, pois o número de casos não é baixo. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) existem, no Brasil. cerca de 2,2 milhões de pessoas com problemas de audição.
Mas será possível prevenir a surdez? A resposta é sim. Tanto evitando os fatores de risco como prestando atenção aos primeiros sinais da doença:
Crianças que não reagem quando chamadas ou que não se assustam com um ruído intenso (buzina ou batida de porta, por exemplo);
Troca de fonemas (sons da fala) que possuem o mesmo movimento labial, mas têm sons diferentes, por exemplo: P e B; T e D;
Assistir à televisão em volume muito alto.
Para tirar a dúvida se você escuta bem ou não, basta fazer um teste de audição, que deve ser prescrito por um médico. Alguns testes auditivos podem e devem ser realizados nos recém-nascidos e solicitados pelos médicos ao longo da vida.
Primeiro teste
Pesquisas científicas comprovam que os bebês reconhecem a voz da mãe ainda no útero, pois desde o quinto mês de gestação o ouvido interno, uma das três partes que compõe o aparelho auditivo (além do ouvido médio e externo), já está formado. Por isso é recomendada a verificação da saúde auditiva no recém-nascido. É a chamada triagem auditiva neonatal. Obrigatória nos Estados Unidos, ela é opcional no Brasil. “Há um projeto de lei de 2003 que dispõe sobre a obrigatoriedade do exame Emissões Otoacústicas Evocadas, EOA, popularmente chamado de teste da orelhinha, para todos os recém-nascidos do país; mas isso ainda não se tornou realidade. Os médicos, porém, têm orientado cada vez mais suas pacientes a submeterem seus bebês a essa triagem”, conta Renata Soneghet, coordenadora do serviço de Fonoaudiologia do Hospital Israelita Albert Einstein.
O exame é realizado nas primeiras 72 horas de vida do bebê e tem por objetivo avaliar o mais precocemente possível a audição da criança e detectar a ocorrência ou não de deficiência auditiva.
Simples, o exame dura cerca de 15 minutos. É indolor e realizado no berçário da maternidade, quando o bebê está dormindo. Uma pequena sonda macia é introduzida no conduto auditivo externo da criança, com um microfone acoplado, que capta o som gerado naturalmente dentro da cóclea (órgão interno do ouvido), seja de forma espontânea ou após um estímulo acústico. “É como se captássemos um eco gerado pelo ouvido”, explica Renata. O equipamento gera um gráfico com a curva de respostas obtidas.
No caso de o exame apontar qualquer irregularidade, outras avaliações deverão ser realizadas para rastrear o problema e identificá-lo com precisão. “O diagnóstico precoce da deficiência auditiva ainda é a melhor maneira de oferecer à criança o tratamento adequado e a oportunidade de ter um desenvolvimento normal de linguagem e fala”, afirma Renata.
“Se o diagnóstico for feito após o segundo ano de vida, a criança terá perdido a fase mais importante da aquisição de linguagem e provavelmente terá dificuldades de se comunicar e interagir com as pessoas”, completa a fonoaudióloga. Em média, a idade de diagnóstico da surdez no Brasil é por volta dos quatro anos, quando o desenvolvimento da fala e da linguagem já estão bastante comprometidos.
Perigos para os ouvidos
Se o bebê foi aprovado no primeiro teste de audição, ótimo. Mas nada de deixar esse órgão esquecido ao longo da vida. A deficiência auditiva pode ocorrer em todas as idades por conta de doenças ou de excesso de barulho. Fique atento aos fatores de risco:
Doenças como rubéola materna, meningite e otite são as principais causas de deficiências auditivas. A otite, inflamação do ouvido médio, é tão comum que responde pelo segundo maior consumo de antibiótico no mundo.
Remédios à base de ototóxicos, utilizados no tratamento de doenças como gastroenterite aguda, são um veneno para os ouvidos. Os otótoxicos também estão presentes na quimioterapia e matam as células internas do ouvido, causando perdas auditivas.
Sons intensos por um período longo podem levar a problemas auditivos. É importante descansar os ouvidos depois de uma noite em uma boate, por exemplo. Nas fábricas o protetor auricular deve ser utilizado sempre e, mesmo assim, a exposição aos ruídos deve ser controlada.
Hastes flexíveis devem der utilizadas apenas para limpeza da parte externa da orelha, e nunca introduzidas no conduto auditivo. A cera é uma proteção natural do ouvido e não deve ser retirada.
Pessoas que trabalham com telemarketing e utilizam um único fone de ouvido devem trocá-lo de lado diversas vezes ao longo do dia. Aparellhos do tipo walkman devem ser utilizados em baixo volume e em um curto espaço de tempo.
Exames auditivos devem fazer parte do check-up, especialmente após os 60 anos.
Pessoas que sentem muita dor durante viagens de avião devem procurar um especialista. Existem formas de aliviar os incômodos e evitar problemas de perda auditiva.
Praticar mergulho quando está gripado ou resfriado não é recomendado pelos especialistas. Nessas ocasiões, os ouvidos estão mais sensíveis e a tentativa de equilibrar as pressões interna e externa podem causar danos graves à audição.
Expor os ouvidos a volumes altos por um longo tempo também é um fator que pode levar a perdas auditivas. Os problemas ocasionados por essa deficiência são inúmeros. “Nas crianças observamos dificuldades com a linguagem, desenvolvimento e interação com as pessoas”, lembra o médico.
Falhas auditivas na terceira idade
Com o passar do tempo, o processo de envelhecimento dos órgãos é natural. No caso do ouvido isso não é diferente. A deficiência auditiva começa, geralmente, por volta dos 65 anos. Essa perda auditiva é normal e chamada de presbiacusia. Nesse caso, o idoso não consegue ouvir com clareza em lugares de muito ruído ou quando diversas pessoas falam ao mesmo tempo.
Esse quadro pode ser mais grave quando o paciente possui outras doenças. “Em pessoas com diabetes e problemas cardíacos, a perda auditiva é mais severa e freqüente do que em pacientes saudáveis”, afirma dr. Mangabeira.
Nos idosos, o isolamento é um dos resultados negativos ocasionados pela falta de audição. Por isso, eles devem visitar regularmente seus médicos e realizar exames de rotina para que o melhor tratamento seja indicado. De acordo com dr. Mangabeira, quando o caso é perda auditiva decorrente do envelhecimento natural do ouvido, o mais recomendado é o aparelho de amplificação sonora (AAS). “Funciona como o óculos que amplifica a imagem”, compara. Entretanto, ainda existe muito preconceito com relação ao uso do aparelho e falta de informações sobre os avanços tecnológicos nessa área.
Outros tratamentos
A perda auditiva do ouvido interno é irreversível. Entretanto, o avanço da medicina nessa área tem oferecido tratamentos com resultados positivos aos pacientes. Um dos segredos é diagnosticar o problema logo no início. Além dos aparelhos, existem outras opções que variam de acordo com o lugar onde ocorre a lesão e com o tipo de perda auditiva.
Caso a perda auditiva no ouvido interno seja muito intensa, uma das opções é realizar o implante coclear. “Por meio de uma cirurgia, introduz-se um aparelho de 22 canais, que estimula diversas regiões da cóclea. Externamente, o paciente recebe um processador que capta os sinais sonoros e os transforma em sinais elétricos, transmitindo-os às fibras do nervo auditivo e, conseqüentemente, ao cérebro”, diz Renata.
Esse tipo de procedimento pode ser realizado em adultos com perda auditiva intensa e é muito comum em bebês, já que são freqüentes as lesões congênitas do ouvido interno, ou as provenientes de doenças como rubéola e meningite. Problemas no ouvido médio, como perfurações da membrana timpânica, fixação ou destruição de elementos da cadeia de ossículos, podem ser solucionados com cirurgia reconstrutiva (estapedectomia ou timpanoplastia.
Fonte: site do Hospital Albert Eisten
Zelar pela saúde auditiva é uma atitude que deve ser tomada ao longo da vida. Mas muitas pessoas se esquecem de um dos cinco sentidos que nos colocam em contato com o mundo. “A maioria relaciona problemas de audição com causas genéticas; porém doenças comuns também podem levar crianças, adultos e idosos à surdez”, afirma Pedro Mangabeira, otorrinolaringologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
Em dia com a audiçãoE ficar alerta aos sinais dessa doença é fundamental, pois o número de casos não é baixo. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) existem, no Brasil. cerca de 2,2 milhões de pessoas com problemas de audição.
Mas será possível prevenir a surdez? A resposta é sim. Tanto evitando os fatores de risco como prestando atenção aos primeiros sinais da doença:
Crianças que não reagem quando chamadas ou que não se assustam com um ruído intenso (buzina ou batida de porta, por exemplo);
Troca de fonemas (sons da fala) que possuem o mesmo movimento labial, mas têm sons diferentes, por exemplo: P e B; T e D;
Assistir à televisão em volume muito alto.
Para tirar a dúvida se você escuta bem ou não, basta fazer um teste de audição, que deve ser prescrito por um médico. Alguns testes auditivos podem e devem ser realizados nos recém-nascidos e solicitados pelos médicos ao longo da vida.
Primeiro teste
Pesquisas científicas comprovam que os bebês reconhecem a voz da mãe ainda no útero, pois desde o quinto mês de gestação o ouvido interno, uma das três partes que compõe o aparelho auditivo (além do ouvido médio e externo), já está formado. Por isso é recomendada a verificação da saúde auditiva no recém-nascido. É a chamada triagem auditiva neonatal. Obrigatória nos Estados Unidos, ela é opcional no Brasil. “Há um projeto de lei de 2003 que dispõe sobre a obrigatoriedade do exame Emissões Otoacústicas Evocadas, EOA, popularmente chamado de teste da orelhinha, para todos os recém-nascidos do país; mas isso ainda não se tornou realidade. Os médicos, porém, têm orientado cada vez mais suas pacientes a submeterem seus bebês a essa triagem”, conta Renata Soneghet, coordenadora do serviço de Fonoaudiologia do Hospital Israelita Albert Einstein.
O exame é realizado nas primeiras 72 horas de vida do bebê e tem por objetivo avaliar o mais precocemente possível a audição da criança e detectar a ocorrência ou não de deficiência auditiva.
Simples, o exame dura cerca de 15 minutos. É indolor e realizado no berçário da maternidade, quando o bebê está dormindo. Uma pequena sonda macia é introduzida no conduto auditivo externo da criança, com um microfone acoplado, que capta o som gerado naturalmente dentro da cóclea (órgão interno do ouvido), seja de forma espontânea ou após um estímulo acústico. “É como se captássemos um eco gerado pelo ouvido”, explica Renata. O equipamento gera um gráfico com a curva de respostas obtidas.
No caso de o exame apontar qualquer irregularidade, outras avaliações deverão ser realizadas para rastrear o problema e identificá-lo com precisão. “O diagnóstico precoce da deficiência auditiva ainda é a melhor maneira de oferecer à criança o tratamento adequado e a oportunidade de ter um desenvolvimento normal de linguagem e fala”, afirma Renata.
“Se o diagnóstico for feito após o segundo ano de vida, a criança terá perdido a fase mais importante da aquisição de linguagem e provavelmente terá dificuldades de se comunicar e interagir com as pessoas”, completa a fonoaudióloga. Em média, a idade de diagnóstico da surdez no Brasil é por volta dos quatro anos, quando o desenvolvimento da fala e da linguagem já estão bastante comprometidos.
Perigos para os ouvidos
Se o bebê foi aprovado no primeiro teste de audição, ótimo. Mas nada de deixar esse órgão esquecido ao longo da vida. A deficiência auditiva pode ocorrer em todas as idades por conta de doenças ou de excesso de barulho. Fique atento aos fatores de risco:
Doenças como rubéola materna, meningite e otite são as principais causas de deficiências auditivas. A otite, inflamação do ouvido médio, é tão comum que responde pelo segundo maior consumo de antibiótico no mundo.
Remédios à base de ototóxicos, utilizados no tratamento de doenças como gastroenterite aguda, são um veneno para os ouvidos. Os otótoxicos também estão presentes na quimioterapia e matam as células internas do ouvido, causando perdas auditivas.
Sons intensos por um período longo podem levar a problemas auditivos. É importante descansar os ouvidos depois de uma noite em uma boate, por exemplo. Nas fábricas o protetor auricular deve ser utilizado sempre e, mesmo assim, a exposição aos ruídos deve ser controlada.
Hastes flexíveis devem der utilizadas apenas para limpeza da parte externa da orelha, e nunca introduzidas no conduto auditivo. A cera é uma proteção natural do ouvido e não deve ser retirada.
Pessoas que trabalham com telemarketing e utilizam um único fone de ouvido devem trocá-lo de lado diversas vezes ao longo do dia. Aparellhos do tipo walkman devem ser utilizados em baixo volume e em um curto espaço de tempo.
Exames auditivos devem fazer parte do check-up, especialmente após os 60 anos.
Pessoas que sentem muita dor durante viagens de avião devem procurar um especialista. Existem formas de aliviar os incômodos e evitar problemas de perda auditiva.
Praticar mergulho quando está gripado ou resfriado não é recomendado pelos especialistas. Nessas ocasiões, os ouvidos estão mais sensíveis e a tentativa de equilibrar as pressões interna e externa podem causar danos graves à audição.
Expor os ouvidos a volumes altos por um longo tempo também é um fator que pode levar a perdas auditivas. Os problemas ocasionados por essa deficiência são inúmeros. “Nas crianças observamos dificuldades com a linguagem, desenvolvimento e interação com as pessoas”, lembra o médico.
Falhas auditivas na terceira idade
Com o passar do tempo, o processo de envelhecimento dos órgãos é natural. No caso do ouvido isso não é diferente. A deficiência auditiva começa, geralmente, por volta dos 65 anos. Essa perda auditiva é normal e chamada de presbiacusia. Nesse caso, o idoso não consegue ouvir com clareza em lugares de muito ruído ou quando diversas pessoas falam ao mesmo tempo.
Esse quadro pode ser mais grave quando o paciente possui outras doenças. “Em pessoas com diabetes e problemas cardíacos, a perda auditiva é mais severa e freqüente do que em pacientes saudáveis”, afirma dr. Mangabeira.
Nos idosos, o isolamento é um dos resultados negativos ocasionados pela falta de audição. Por isso, eles devem visitar regularmente seus médicos e realizar exames de rotina para que o melhor tratamento seja indicado. De acordo com dr. Mangabeira, quando o caso é perda auditiva decorrente do envelhecimento natural do ouvido, o mais recomendado é o aparelho de amplificação sonora (AAS). “Funciona como o óculos que amplifica a imagem”, compara. Entretanto, ainda existe muito preconceito com relação ao uso do aparelho e falta de informações sobre os avanços tecnológicos nessa área.
Outros tratamentos
A perda auditiva do ouvido interno é irreversível. Entretanto, o avanço da medicina nessa área tem oferecido tratamentos com resultados positivos aos pacientes. Um dos segredos é diagnosticar o problema logo no início. Além dos aparelhos, existem outras opções que variam de acordo com o lugar onde ocorre a lesão e com o tipo de perda auditiva.
Caso a perda auditiva no ouvido interno seja muito intensa, uma das opções é realizar o implante coclear. “Por meio de uma cirurgia, introduz-se um aparelho de 22 canais, que estimula diversas regiões da cóclea. Externamente, o paciente recebe um processador que capta os sinais sonoros e os transforma em sinais elétricos, transmitindo-os às fibras do nervo auditivo e, conseqüentemente, ao cérebro”, diz Renata.
Esse tipo de procedimento pode ser realizado em adultos com perda auditiva intensa e é muito comum em bebês, já que são freqüentes as lesões congênitas do ouvido interno, ou as provenientes de doenças como rubéola e meningite. Problemas no ouvido médio, como perfurações da membrana timpânica, fixação ou destruição de elementos da cadeia de ossículos, podem ser solucionados com cirurgia reconstrutiva (estapedectomia ou timpanoplastia.
Fonte: site do Hospital Albert Eisten